PESSOAS INSPIRADORAS
“A chave é sempre ter uma equipa de pessoas dedicadas e à altura do acontecimento”
Uma conversa com Jorge del Olmo
O dia do Jorge é passado entre linhas de código, reuniões de estratégia e o toque de madeira cuidadosamente esculpida. Amante da natureza e do mundo natural, o seu compromisso com a sustentabilidade reflecte-se em todas as suas decisões. Tanto a nível pessoal como profissional.
O Jorge recomenda…
- Um livro: A Profecia Celestina (James Redfield)
- Um filme: Transcendence – A Nova Inteligência (2014) e se falarmos de séries: Black Mirror por excelência. A ficção científica tem a incrível capacidade de nos ajudar a antecipar os nossos problemas.
- Uma canção: São demasiadas! Algumas das minhas preferidas são Stairway to heaven, dos Led Zeppelin, La vereda de la puerta de atrás, dos Extremoduro, ou Los Sueños, dos Green Valley.
Olá, Jorge, fala-nos um pouco sobre ti. Qual é o teu cargo na Fonestar?
O meu percurso na Fonestar começou em 2012, quando fui contratado para criar um novo website. O design estava decidido, mas não havia nada escrito sobre a arquitetura, nem sobre a forma de gerir os conteúdos, pelo que desde então me tenho dedicado a criar e otimizar funcionalidades para que a equipa Fonestar possa configurar e apresentar a informação da forma mais ágil possível, além de melhorar a fluidez da comunicação com os nossos clientes.
Atualmente, para além da parte mais técnica, programação, análise funcional ou estudos de arquitetura de sistemas, sou responsável pela coordenação da melhor equipa de programadores com quem já tive o prazer de trabalhar até agora na minha carreira profissional.
O que é que mais te agrada no teu trabalho?
Há muitas coisas que adoro no meu trabalho. Não podia escolher só uma!
– Gosto muito do tempo que passo com outras pessoas a desenhar e a analisar processos para depois lhes dar uma dimensão técnica.
– Pelo contrário, também adoro ter esse espaço de concentração para estar sozinho na “minha bolha” a resolver problemas no mundo conceptual e puramente lógico do código.
– Gosto de conhecer os meandros da nossa forma pessoal de abordar todas as necessidades do negócio.
– Apaixona-me poder aprender e melhorar, tanto a nível técnico como humano, e felizmente isso é algo que até agora ainda não parei de fazer diariamente na Fonestar.
Quais foram os principais desafios tecnológicos que a Fonestar enfrentou nos últimos anos e como os ultrapassou?
A parte tecnológica é sempre a mais simples 😊.
Quando temos uma estratégia clara e traçamos bons objetivos, a tecnologia é apenas a nossa ferramenta para alcançar o que procuramos. Neste sentido, a Fonestar sofreu uma grande mudança nos últimos anos, uma vez que o novo ERP, ao qual nos estivemos a adaptar em 2018/19 através da adoção de 365 como ferramenta interna, a nova arquitetura baseada numa API centralizada a partir da qual muitos dos nossos sistemas são alimentados e o nosso novo Website + Área de cliente, que com um ímpeto renovado por parte da equipa de Marketing digital, significou uma enorme melhoria na forma como interagimos com os nossos clientes.
Em todos estes projetos (e em todos os outros de menor dimensão), a chave é sempre ter uma equipa de pessoas dedicadas e à altura do acontecimento.
Qual é o teu processo de gestão da inovação no desenvolvimento de novas tecnologias?
Nos últimos anos, a Fonestar deu um salto tecnológico muito importante. É por isso que, desde há relativamente pouco tempo, podemos assumir com orgulho que deixámos de colmatar necessidades e que finalmente podemos gerir a inovação em vez de nos limitarmos a implementar as funcionalidades solicitadas.
Neste sentido, estou pessoalmente muito concentrado em criar um ambiente de colaboração e criatividade adequado na equipa de TI, onde exista total liberdade para propor ideias e soluções. Estas propostas são depois avaliadas segundo critérios como um potencial impacto, viabilidade técnica, escalabilidade, segurança e, claro, alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa.
Se necessário, devido à complexidade da ideia, é iniciado um processo de investigação e desenvolvimento (com um prazo determinado), incluindo a criação de protótipos, a prova de conceito e/ou a análise de viabilidade.
Na fase de implementação, trabalhamos em estreita colaboração e fazemos um acompanhamento regular com as outras equipas para garantir que a inovação está alinhada com as expectativas e os objetivos do negócio.
Como determinas quais são as tecnologias relevantes para a empresa e quais não são?
Hoje em dia, temos de partir do princípio que, provavelmente, haverá sempre muitas opções tecnológicas válidas para atingir o mesmo objetivo. Trata-se apenas de encontrar o caminho mais adequado com base no menor custo de recursos. Há sempre uma primeira fase de abertura em que analisamos as possibilidades disponíveis. Nesse processo, excluem-se as que não respondem às necessidades estratégicas da Fonestar e as que exigiriam mais recursos para serem implementadas.
Outros fatores importantes são a segurança, a escalabilidade, a procura atual no mercado, a curva de aprendizagem, o impacto na inovação, o retorno do investimento, etc.
Por outro lado, é preciso ter em mente que as tecnologias devem ser regularmente avaliadas para garantir que continuam a ser relevantes à medida que o ambiente empresarial evolui.
Como te manténs a par das últimas tendências tecnológicas e garantes que a Fonestar está atualizada?
Para além da subscrição de várias fontes de informação relacionadas com este setor, é um trabalho que acontece de forma natural entre a nossa equipa de TI e a comunicação ativa com os nossos consultores externos, gestores e as restantes equipas.
Estão sempre a aparecer novidades, mas penso que basta ter a dose certa de paixão e admiração pelo mundo atual para que as opções surjam naturalmente.:)
“Aprender a lidar com sucesso com as emoções e a psique humana é, sem dúvida, um dos maiores e mais apaixonantes desafios na liderança de qualquer projeto”.
Quais são os principais desafios na liderança de projetos de desenvolvimento tecnológico?
Como tenho vindo a dizer em respostas anteriores, os verdadeiros desafios estão sempre na dimensão humana! A nível técnico, tanto eu como os meus colegas de equipa gostamos muito de desenhar soluções para os desafios técnicos que vão surgindo. Aprender a lidar com sucesso com as emoções e a psique humana é, sem dúvida, um dos maiores e mais apaixonantes desafios na liderança de qualquer projeto 😊.
Podes referir um dos projetos tecnológicos mais bem sucedidos que lideraste e que fatores pensas terem contribuído para o seu sucesso?
Um dos projetos recentes em que trabalhámos no último ano, e que ainda está em ciclo de vida com desenvolvimentos contínuos, foi a gestão interna do processo de Autorização de Devolução de Mercadoria (do inglês RMA).
Investimos muitos recursos neste projeto e provou ser um processo muito robusto, apesar da complexidade envolvida.
Evidentemente, foram vários os principais fatores que contribuíram para o sucesso da sua implementação:
– Pudemos dedicar tempo suficiente para analisar e desenhar em pormenor toda a enorme casuística, com os recursos necessários e a confiança da direção.
– Aplicámos várias estratégias tecnológicas poderosas, como a máquina de estados que suporta apenas as transições adequadas com base no design conceptual.
– Um fator imprecindível foi também uma boa comunicação constante com os responsáveis pelas equipas de Logística, SAT e SAC, que são efetivamente os verdadeiros utilizadores da aplicação.
– Por último, e sem dúvida, um fator muito importante foi ter a equipa certa de profissionais que “vestiram a camisola” e ajudaram o projeto a progredir corretamente.
Como é que colaboras com outros departamentos para garantir que as soluções tecnológicas são efetivamente integradas na empresa?
Para mim, os três conceitos-chave são: comunicação, planeamento e acompanhamento.
Embora, por vezes, possa ser um desafio manter uma dose de energia suficiente nestes três conceitos, eles podem fazer toda a diferença no percurso para alcançar uma boa integração tecnológica.
Na tua opinião, que tendências tecnológicas terão o maior impacto no nosso setor nos próximos anos?
A tecnologia atual está a crescer demasiado depressa para fazer profecias, hehe, mas é evidente que a IA já tem o seu lugar nas nossas vidas e ainda agora começou.
Por outro lado, a tecnologia BlockChain traz, pela primeira vez na história da humanidade, a possibilidade de manter a informação descentralizada sem depender de um poder central para a manter.
Estou convencido de que ambas nos irão trazer grandes mudanças culturais muito mais rapidamente do que possamos imaginar. O nosso desafio enquanto humanidade reside em ter a capacidade de nos adaptarmos à velocidade adequada sem nos perdermos pelo caminho. 😉