PESSOAS INSPIRADORAS
“Quando se trabalha em conjunto com outra pessoa, é essencial compreender o ponto de vista da outra pessoa”
Uma conversa com Mario Arozarena
Mario trabalha com diferentes linguagens de programação para desenvolver o software para as gamas AIP e ZSM. Todos os dias tem de resolver uma grande variedade de problemas técnicos, pelo que tenta sempre oferecer soluções que exijam originalidade e eficácia.
Mario recomenda…
- Um livro: Tenho uma boa recordação do livro intitulado “O xadrez é a minha vida… e algo mais”. É a autobiografia da lenda do xadrez Viktor Korchnoi. Apelidado de Viktor, o Terrível, o génio do xadrez conta-nos a sua vida e as suas aventuras em termos muito claros. Começa com os seus primórdios na União Soviética e a sua ascensão à elite do xadrez mundial, continua com o seu exílio e dedica algumas páginas aos seus dois jogos do campeonato mundial contra Karpov. Trata-se, sem dúvida, de uma biografia exótica, cheia de anedotas que prenderão a atenção do leitor e o farão sentir-se inspirado por uma personagem tão interessante.
- Um filme: Há alguns meses, foi lançado um filme sobre o acidente de avião nos Andes, intitulado A Sociedade da Neve. Realizado pelo espanhol Juan Antonio Bayona, mostra a experiência dramática dos passageiros do voo 571 da força aérea uruguaia para o Chile, que foram obrigados a sobreviver durante semanas em condições sub-humanas num lugar perdido nos Andes. Estas experiências são transmitidas de uma forma rigorosa e crua e, durante o filme, não há um único momento de tédio ou distração. Não é por acaso que o filme foi galardoado com doze Goyas e um Óscar – e, na minha opinião, merecia mais do que isso. É um grande filme.
- Uma canção: Tenho de admitir que estou a pensar nesta resposta há vários dias e não consigo decidir-me. Gosto muito da música de Joaquín Sabina, mas é difícil decidir-me por uma. Poderia citar dez canções dele de cabeça, mas se tivesse de escolher apenas três (é-me impossível escolher apenas uma) seriam: “Y nos dieron las 10”, “19 días y 500 noches” e “Nos sobran los motivos”.
Olá Mário, fala-nos um pouco sobre ti… O que é que fazes na Fonestar?
O meu trabalho na Fonestar é como programador. Trabalho nos desenvolvimentos necessários ao software do AIP-GO, do ZSM-GO e do AIP-GATE. Utilizamos diferentes linguagens de programação adaptadas às necessidades do momento. Por vezes é um trabalho um pouco árduo mas, em geral, é gratificante porque se colabora no funcionamento de um sistema excitante como as gamas AIP e ZSM.
O que é que mais te agrada no teu trabalho?
O que mais gosto no meu trabalho é o facto de todos os dias enfrentarmos um problema diferente. Uma vez que cada desenvolvimento se centra numa parte diferente da aplicação, todos os dias encontramos diferentes partes de código e diferentes erros, o que significa que cada solução tem de ser adaptada a uma situação específica. Desta forma, nunca nos aborrecemos e o trabalho exige sempre alguma originalidade.
Pode falar-nos da sua experiência na implementação e teste de soluções de áudio sobre IP e da forma como esta tecnologia transformou a indústria do som?
Quando se trata de implementar e testar soluções, uma boa comunicação com o resto da equipa é fundamental. Tanto na definição do caminho de desenvolvimento como durante o desenvolvimento, é crucial ser claro quanto ao objetivo a atingir, de modo a oferecer o mais rapidamente possível uma solução duradoura e fiável. Não vale a pena trabalhar arduamente em algo que não resolve completamente o problema. É por isso que é extremamente importante compreender as necessidades do cliente, bem como a visão que o resto da equipa tem da solução a fornecer.
As soluções de áudio sobre IP estão a tornar-se cada vez mais populares. Quais são os desafios mais comuns que encontra diariamente?
É difícil estabelecer um padrão claro dos diferentes problemas com que nos deparamos. Por vezes, os problemas são causados por uma má compreensão do sistema por parte do cliente, outras vezes o cliente detecta uma falha que até então era desconhecida para nós e, nesse caso, o mais importante é reunir as informações necessárias para reproduzir o erro no nosso laboratório de testes, compreender a sua origem e encontrar uma solução. Mas, como disse no início, os desafios quotidianos são de natureza muito diferente e é difícil agrupá-los numa categoria ou numa série de categorias.
Como é que trabalha com outros profissionais e equipas técnicas?
Quando se trabalha com outros profissionais, é muito importante dar ênfase a uma comunicação correcta. Quando se trabalha em conjunto com outra pessoa, é essencial compreender o ponto de vista do outro profissional, seja ele um colega ou um cliente, e fazer um esforço para propor uma solução o mais clara possível. Só assim se conseguirá que todos os intervenientes num desenvolvimento dêem o seu melhor e que o trabalho em curso seja concluído com êxito.
O atendimento ao público é essencial em qualquer cargo técnico. Como é que garantes que compreendes as necessidades dos clientes em termos de áudio sobre IP e como é que traduzes os seus requisitos em testes específicos para garantir a satisfação do cliente?
Normalmente, a comunicação com o cliente é feita por telefone. Após uma chamada para a empresa, uma pessoa do nosso departamento ajuda-o com o problema em questão. Na maioria dos casos, o problema é resolvido no final da chamada, mas noutros casos, quando se trata de algo mais fundamental, a equipa de desenvolvimento estuda o caso e é apresentada uma solução para que esse erro não volte a acontecer ao cliente que ligou ou a qualquer outro cliente no futuro.
“É preciso ser apaixonado pela sua área específica e esforçar-se todos os dias por saber um pouco mais e conhecer melhor as ferramentas que tem à sua disposição”
Pode partilhar um exemplo de um problema técnico complexo que tenha resolvido num produto que utiliza a tecnologia de áudio sobre IP e como o resolveu?
Lembro-me de quando tive de fazer com que o AIP-GATE reconhecesse os sensores AIP-IO. Ambos os dispositivos são desenvolvidos pelo departamento de I&D. Apesar disso, pouco tempo depois de ter entrado na Fonestar, o AIP-GATE não conseguia processar a informação que o AIP-IO enviava sempre que um sensor sofria uma alteração de estado. O desafio foi importante porque até àquele momento nunca tinha trabalhado com um código que funcionasse dentro do nosso equipamento, consequentemente, à complexidade do software do dispositivo juntava-se o facto de ter de me familiarizar com a utilização habitual do terminal do equipamento e do sistema operativo que este alberga. Apesar de não ter sido fácil, lembro-me que aprendi muito com este desenvolvimento, bem como a satisfação de o ter conseguido realizar com sucesso.
A tecnologia está em constante mudança. Como é que te manténs a par das últimas tendências e desenvolvimentos no domínio das soluções de áudio sobre IP e como é que aplicas esses conhecimentos no teu trabalho diário?
O ritmo da inovação tecnológica atual é vertiginoso. É muito frequente surgirem novos produtos no mercado que podem mudar rapidamente a forma como fazemos as coisas. Manter-se a par das novidades das tecnologias mais recentes – sobretudo no domínio da inteligência artificial – é crucial. Tenho a sorte de estar rodeado de colegas com preocupações tecnológicas, o que me permite ter uma visão mais completa destes avanços do que aquela que se pode obter consultando notícias na Internet. A Fonestar está também empenhada na formação dos seus colaboradores e oferece frequentemente cursos e palestras com especialistas em várias áreas que lhe fornecem informações valiosas sobre os novos desenvolvimentos que acabam de chegar ao mercado.
Por último, podes partilhar alguns conselhos para quem tem interesse em trabalhar na área das soluções de áudio sobre IP, com base na tua experiência e no teu sucesso pessoal?
O melhor conselho que se pode dar é o da perseverança e do trabalho árduo. Trabalhar com soluções de áudio sobre IP pode ser abordado a partir de diferentes pontos, como o design de hardware ou o desenvolvimento do software incorporado que corre no equipamento, pelo que cada profissional deve conhecer muitos aspectos da sua vertente técnica, para isso é necessário ser apaixonado pela sua área específica e esforçar-se todos os dias para saber um pouco mais e conhecer um pouco melhor as ferramentas que tem à sua disposição.